De acordo com o levantamento da Epagri, o meio rural de Santa Catarina registrou 49,2 mil propriedades afetadas pelas chuvas de outubro, com prejuízos que ultrapassam R$ 1,6 bilhão. As maiores perdas foram registradas em lavouras temporárias, com destaque para as culturas de fumo – com estimativa de R$ 429 milhões de prejuízos, e a cebola – com estimativa de R$ 286,4 milhões de perdas.
Até o momento, 162 municípios registraram perdas. As regiões mais afetadas, com os maiores números de estabelecimentos atingidos e maiores valores de perdas foram as regiões do Alto Vale do Itajaí e do Planalto Norte Catarinense.
Esses números são estimativas. O presidente da Epagri, Dirceu Leite, destaca que muitos prejuízos ainda estão sendo apurados, uma vez que os efeitos das chuvas intensas persistem e algumas áreas, como no município de Rio do Oeste, continuam alagadas até o momento. “Além disso, em várias comunidades, o acesso ainda é restrito, dificultando um levantamento mais preciso”, diz ele.
O levantamento também identificou perdas com animais, máquinas e equipamentos, horticultura, estoque, leite, pastagem e pomar. Todos esses dados servirão de base para o Governo de Santa Catarina construir propostas de políticas públicas para recuperar ou amenizar as perdas dos produtores rurais.
Impactos gerais na agricultura catarinense
As chuvas estão causando impactos negativos das mais diversas formas para a agricultura. Um deles diz respeito ao atraso nas épocas de semeadura de culturas de verão. Outro problema está nas lavouras que estão em pleno desenvolvimento, pois há casos em que as plantações ficaram completamente submersas. Outra consequência é o atraso na colheita de culturas de inverno, que podem ter perdas na quantidade e na qualidade dos grãos colhidos.
A falta de luminosidade, característica desses períodos chuvosos, provoca a diminuição do crescimento das plantas. Mas o que mais chama a atenção é a ocorrência da erosão nas lavouras, encostas e estradas em geral, que provoca a abertura de sulcos na superfície e leva consigo parte da cobertura.
O gerente estadual de extensão rural e pesqueira, Hoilson Fogolari, comenta que muitas lavouras catarinenses conseguiram minimizar os efeitos da erosão ao aderir a práticas conservacionistas de produção preconizadas pela Epagri, como é o caso do Sistema Plantio Direto de Hortaliças (SPDH) e dos terraços. “Os terraços disciplinam a quantidade e a velocidade da enxurrada de maneira a não causar erosão, promover a sua infiltração ou dirigi-la até áreas específicas para o seu armazenamento e escoamento posterior. Trabalhamos para incentivar cada vez mais essas ações”, aponta Hoilson.
Mais chuvas no fim de semana
No período de sexta a sábado (27 e 28 e outubro), são esperados volumes de chuva bastante expressivos, com acumulados que variam entre 120 e 160mm em áreas Oeste Catarinense e parte do Planalto Sul e Planalto Norte, próximos à divisa com o Paraná, com valores que podem ficar acima. Nas demais áreas do Estado, os acumulados ficam entre 80 a 120 mm, com os menores acumulados ocorrendo no Litoral Sul.
O risco é alto para inundações, enxurradas e alagamentos nas bacias hidrográficas das regiões do Litoral Norte, Litoral Sul, Vale do Itajaí e Grande Florianópolis e muito para inundações, enxurradas e alagamentos nas bacias hidrográficas das regiões do Grande Oeste, Planalto Norte e Planalto Sul.
Fonte: ASCOM/Epagri
Foto: Divulgação/Epagri