Os idosos encontrados mortos aos fundos da casa em que moravam eram Ivo Romano Lerner, 63 anos, e Ana Rita Zanelle, 68 anos. Familiares contaram à polícia que eles estavam desaparecidos desde domingo (22) e, preocupados, fizeram buscas na propriedade rural do casal e encontraram os cadáveres quatro dias depois enterrados e enrolados em lonas plásticas. O filho de Ivo foi preso na noite de quinta-feira (26) e é apontado como principal suspeito pelo crime.
Ivo e Ana Rita tinham um relacionamento de pouco mais de um ano e moravam sozinhos no terreno, que fica na localidade de São José do Maratá, no interior de Porto União. O homem preso pelos assassinatos mora a cerca de 150 metros da casa, também é agricultor e trabalhava junto da família.
De acordo com o delegado Saul Bogoni Junior, responsável por investigar o caso, ele foi visto por vizinhos na segunda-feira (23) arando a terra com um trator a cerca de 400 metros da casa, no mesmo local em que os cadáveres estavam. A ação levantou suspeita de testemunhas porque está fora da época de plantio.
Quando foi detido, ele estava com passagens compradas para embarcar para São Paulo na noite de quinta-feira, o que levanta a hipótese de que estaria tentando fugir. A princípio, ele é o único e principal suspeito pelo crime.
Quem encontrou os corpos
De acordo com familiares, os idosos estão desaparecidos desde a noite de 22 de outubro e um boletim de ocorrência relatando o sumiço foi registrado no dia seguinte. Um parente de Ivo relatou nas redes sociais que ele teria visualizado o WhatsApp pouco depois das 23h e, após isso, não teve mais notícias do casal.
A partir disso, a família e vizinhos próximos foram até a casa em que moravam e também fizeram buscas no terreno. Quem encontrou os corpos foram um dos irmãos do idoso e sobrinhos dele em uma área destinada para plantio. Eles suspeitaram porque a terra estava mexida, cavaram o local com pás e acharam as vítimas já em decomposição, enroladas em lonas de plástico.
Inicialmente, a suspeita é de que Ivo e Ana Rita tenham sido assassinados por arma de fogo, já que as vítimas tinham marcas de tiros. No entanto, somente o laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML) que poderá confirmar a real causa das mortes. A Polícia Civil aguarda o documento.
Parentes entregaram aos policiais uma espingarda, que tinha documentação e é registrada no nome do suspeito. A Polícia Científica irá analisar a arma e identificar se foi a utilizada no crime.
Como estava a cena do crime
De acordo com o delegado Bogoni, não há testemunhas do momento do fato em si, mas há indícios que apontam que o casal teria sido morto enquanto dormia, já que havia diversas manchas de sangue na parede e no chão do quarto, além do banheiro e rastros em outros cômodos da casa.
Os pertences do casal, no entanto, estavam intactos e o imóvel não estava revirado, como relataram parentes. Um colchão queimado foi encontrado no terreno e havia marcas do pneu do trator onde os cadáveres foram encontrados.
O que ainda falta saber
O delegado Saul Bogoni definiu o caso como “chocante”, principalmente se houver a confirmação de que o filho tenha matado o pai e a madrasta. A motivação dos assassinatos, porém, ainda é desconhecida e está sendo investigada.
O investigador ainda complementa que não há histórico de briga entre a família, porém, testemunhas relataram divergências financeiras recentes. Segundo testemunhas relataram ao delegado, o suspeito tem histórico de depressão.
Além disso, a Polícia Civil aguarda laudos da Polícia Científica e do IML pra saber se a espingarda apreendida foi utilizada no crime e, também, para confirmar a causa das mortes.
Despedida
O sepultamento das vítimas ocorreu na sexta-feira (27) em São José do Maratá, na localidade em que viviam em Porto União.
Fonte: NSC Total
Foto: Divulgação Redes Sociais