Os prejuízos à agricultura e pecuária do Rio Grande do Sul já chegam a mais de R$ 500 milhões, segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM). Este valor, segundo as informações do g1, ainda é parcial, já que só 25 municípios dos 336 afetados registraram os prejuízos sofridos. Só na agricultura, são R$ 423,8 milhões em perdas. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil.
Ao todo, os prejuízos na economia do Estado já somam R$ 967,2 milhões. Agora, segundo a CNM, a prioridade é salvar vidas, e os prejuízos devem aumentar conforme a água baixar, nos próximos dias, e os gestores locais contabilizarem os dados. Até agora, o Estado já contabilizou 95 mortes, 131 desaparecidos e 372 feridos.
Onde foram as maiores perdas
A consultoria Datagro prevê que as perdas apenas na produção de arroz alcancem os R$ 68 milhões, cerca de 10% do total cultivado. O Rio Grande do Sul responde por 70% da produção nacional do grão, e a expectativa este ano era colher 7,5 milhões de toneladas do grão. Com a tragédia, no entanto, a estimativa é que a safra fique próxima aos 6,7 milhões de toneladas.
Já na soja, a estimativa é de perdas de 3% a 6%, com prejuízo entre R$ 125 milhões e R$ 155 milhões a produtores. Segundo a Datagro, essa redução deve ter “algum impacto” de alta sobre as cotações internacionais e domésticas.
No milho, a consultoria estima perdas de 2% a 4%, com prejuízo de R$ 7 milhões a R$ 12 milhões. Estes prejuízos devem causar aumento no preço do grão, mas, no caso do milho, não deve alterar os preços no mercado internacional.
Brasil pode ter que importar arroz
O presidente da república afirmou que, se necessário, o Brasil pode importar arroz para lidar com os prejuízos na safra gaúcha. Até a última semana, 83% das lavouras já estavam colhidas.
Nível dos rios no Rio Grande do Sul só deve normalizar no final de maio, dizem especialistas
A necessidade de importação vem porque a produção brasileira de arroz fica para consumo local. Anualmente, já é necessário importar cerca de 1 milhão de toneladas (a produção se mantém por volta de 11 milhões de toneladas, enquanto o país consome cerca de 12 milhões), principalmente do Paraguai, Argentina e Uruguai.
Fonte: NSC